sábado, 19 de março de 2011

Professores(as), nada disso !

Não leiamos aos alunos “Resíduo”, do amigo Drummond. Eles podem notar que há neste texto alguma coisa importante para a vida que virá; outros podem rir deles e de ti, professor. Também não devemos ler nenhum dos pequenosgrandes textos do Eduardo Galeano. Minha impressão é de que na casa dessa gurizada os pais, quando souberem, vão reclamar, e minha experiência com diretores(as) diz que eles(as) não querem saber de pais reclamando.


Não peçamos trabalhos também sobre qualquer texto. Dia desses de fim de trimestre pedi a uma turma de 7ª série que comentasse com seus pais sobre “Festa”, um continho do Wander Piroli que fala de ser feliz com pouco, de suar e ser feliz com o suor, e nem pais nem alunos quiseram se dar o trabalho de ler aquela obra de uma só página. Ninguém entregou o trabalho e ainda ficaram brabos com minha cobrança.


Lá por novembro, quando estivermos perto do Dia da Consciência Negra, ninguém, por favor, ninguém tenha a ideia de mostrar aos alunos qualquer poema do Oliveira Silveira. É bruto ter de ouvir, inclusive de colegas, que “isso é ofensivo demais”. Esqueçam, sejamos o que eles querem que sejamos: façamos a chamada no início, passemos as conjunções subordinadas, cobremos que todos saibam a conjugação do modo imperativo dos verbos menos usados, a transitividade verbal ou qualquer outra coisa que não o significado que toda base pede. Por dois motivos: porque você está mais perto de fazer algo mais fácil e porque está no programa exigido pela escola.


E no fim da aula escrevam atrás da folha de chamada o conteúdo dado, bem claramente. Essa é a real função do professor. Fazer chamada, dar a gramática e escrever o conteúdo dado. Fazer a prova e a recuperação. Não deixar doidos(as) os(as) diretores(as), os(as) orientadores(as), ninguém.


O mundo não necessita de gente com conhecimento; ele movimenta-se por si só!


Por : Rodriguez

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