domingo, 13 de março de 2011

O abraço na obra de Eduardo Galeano

No final de 2003, eu e meu amigo Paulo de Quadros estávamos sem nenhum para o verão. Então descobri uma garota que precisava de alguém para escrever sobre um autor latino-americano. Disse-me ela: "Eu pago". Dei-lhe o preço e, logo em seguida, começamos, eu e meu camarada, este trabalho que fizemos com prazer.

INTRODUÇÃO


A América Latina sempre teve autores em cuja obra se procurou abordar uma certa responsabilidade social, no que diz respeito a captar um espírito de união entre seus povos, quer física ou espiritualmente; ambas, na maioria dos casos. Para citar alguns exemplos: José Martí, Pablo Neruda, Francisco Solano Lopez, Ruben Darío.

Dentre tantos, há um que se sobressai atualmente: o escritor uruguaio Eduardo Galeano. Por sua ética combativa, por uma visão unificadora, por uma indignação que nos quer senhores de nós mesmos – apesar de nosso triste passado ou em função dele – e por uma linguagem clara, direta, emotiva e poética, cheia de imagens, que o diferencia sobremaneira dos demais autores de textos panfletários.

E se há uma imagem que representa bem a obra de Eduardo Galeano é o abraço. Abraço que serve de metáfora para uma idéia de América Latina, onde, apesar da divisão em vários países, a formação de seu povo obedece, tanto cultural como política, econômica e historicamente, a uma mesma origem que nos envolve e irmana como uma família.

O que Galeano quer dizer é que estamos todos abraçados; por uma herança comum de subserviência a interesses que nunca foram os nossos e pela exploração de riquezas que sempre nos pertenceram; por nossa condição humana (miseráveis que somos, uma vez que rumamos todos para morte); por um desejo de um futuro mais digno e redentor.

Por Rodriguez

Nenhum comentário:

Postar um comentário