segunda-feira, 28 de março de 2011
Uma ideia (ainda) não posta em prática
segunda-feira, 21 de março de 2011
OS AMIGOS
A guerra separou de meu amigo, o cenógrafo.
As cidades em que trabalhamos já não existem .
Andando pelas cidades que ainda existem
Digo por vezes: aquela peça azul de roupa
Meu amigo a teria colocado em lugar melhor.
Bertolt Brecht
sábado, 19 de março de 2011
Professores(as), nada disso !
Não peçamos trabalhos também sobre qualquer texto. Dia desses de fim de trimestre pedi a uma turma de 7ª série que comentasse com seus pais sobre “Festa”, um continho do Wander Piroli que fala de ser feliz com pouco, de suar e ser feliz com o suor, e nem pais nem alunos quiseram se dar o trabalho de ler aquela obra de uma só página. Ninguém entregou o trabalho e ainda ficaram brabos com minha cobrança.
Lá por novembro, quando estivermos perto do Dia da Consciência Negra, ninguém, por favor, ninguém tenha a ideia de mostrar aos alunos qualquer poema do Oliveira Silveira. É bruto ter de ouvir, inclusive de colegas, que “isso é ofensivo demais”. Esqueçam, sejamos o que eles querem que sejamos: façamos a chamada no início, passemos as conjunções subordinadas, cobremos que todos saibam a conjugação do modo imperativo dos verbos menos usados, a transitividade verbal ou qualquer outra coisa que não o significado que toda base pede. Por dois motivos: porque você está mais perto de fazer algo mais fácil e porque está no programa exigido pela escola.
E no fim da aula escrevam atrás da folha de chamada o conteúdo dado, bem claramente. Essa é a real função do professor. Fazer chamada, dar a gramática e escrever o conteúdo dado. Fazer a prova e a recuperação. Não deixar doidos(as) os(as) diretores(as), os(as) orientadores(as), ninguém.
O mundo não necessita de gente com conhecimento; ele movimenta-se por si só!
Por : Rodriguez
Um pouco de Borges
Un hombre que cultiva su jardim, como quería Voltaire.
El que agradece que en la tierra haya música.
El que descubre con placer una etimología.
Dos empleados que en un café del Sur juegan un silencioso ajedrez.
El ceramista que premedita un color y una forma.
El tipógrafo que compone bien esta página, que talvez no le agrada.
Una mujer y un hombre que leen los tercetos finales de cierto canto.
El que acaricia a un animal dormido.
El que justifica o quiere justificar un mal que le han hecho.
El que agradece que en la tierra haya Stevenson.
El que prefiere que los otros tengan razón.
Esas personas, que se ignoran, están salvando el mundo.
Do livro "La Cifra"
sexta-feira, 18 de março de 2011
Frágil
à frente de um carro
ou saltar do alto de um prédio.
É que um amor ferira-lhe
terrivelmente o coração.
E a dor de um coração ferido
é como algo que se guarda
em vidros de conservas.
Por Jorge Fróes
Mas o que não traz infelicidade?
Minha mãe muitas vezes chora e diz: Feliz de você, que ainda
me tem, mais tarde você vai ver como é triste estar sozinha no
mundo.
Mas eu nem preciso esperar por mais tarde.
Mais um fragmento de "por que a criança cozinha na polenta",
quinta-feira, 17 de março de 2011
No trem com Antônio Maria
Desse
Leio Antônio Maria
Antônio Maria foi
Conta-se
“Cony,
“O
“Encontrei num voo
“É
“
“
“
Por Rodriguez
terça-feira, 15 de março de 2011
por que a criança cozinha na polenta
se pendurada por um gancho de açougueiro. Seu rosto fica
comprido, a boca aberta.
Eu entro para dentro da senhora Hitz.
Por dentro, a senhora Hitz é cheia de prateleiras onde ficam
sentados pequenos policiais segurando pequenos blocos de
anotações e pequenos lápis.
São apontadores de lápis por profissão.
Quem gastar primeiro o seu lápis pode sentar-se em uma pra-
teleira mais alta.
O mais aplicado é eleito o rei dos apontadores e adquire o
direito de jogar o seu lixo em cima dos outros.
Fragmento do livro "por que a criança cozinha na polenta", de Aglaj Veterany, escritora romena.
segunda-feira, 14 de março de 2011
O abraço na obra de Eduardo Galeano
Para além das definições acima, a América Latina é uma terra de abraços. Há 500 anos fomos abraçados por nações estrangeiras, cujo único intento era a exploração do que tínhamos de melhor – ora nossas riquezas, ora nossa fé ou, não raro, ambas. Durante esses cinco séculos, um abraço colonizador nos extraiu fôlego.
A seguir veio o abraço dos grilhões. Índios eram escravizados para trabalhar em minas de prata e negros, em plantações diversas. E seguimos abraçados, subdesenvolvidos e aspirantes a uma cidadania mundial que nos é negada.
Com um futuro demarcado pelo passado, nossa maldição pode vir a ser nossa redenção. O que Eduardo Galeano contempla quando olha é um tipo diferente de abraço. É o abraço da tolerância, da cultura em comum, o abraço da candura, daquele que se importa, o abraço na Terra, o abraço da esperança. Cultura essa que vem do fato de ele ser seguidor de uma tradição de escritores e pensadores – muitos já citados na Introdução – que sempre sonharam uma América Latina irmã, dona de seu próprio destino.