quarta-feira, 29 de junho de 2011

Uma noite


O quarto era pobre e vulgar,
oculto no alto da taverna suspeita,
da janela via-se a ruela,
suja e estreita. De baixo
vinham as vozes de alguns operários
que jogavam cartas e que se divertiam.

E ali, na cama rústica e humilde,
possuí o corpo do amor, possuí os lábios
voluptuosos e róseos da embriaguez -
róseos de uma tal embriaguez que, mesmo agora
quando escrevo, depois de tantos anos!,
em minha casa solitária, novamente me embriago.

Konstantinos Kaváfis

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