segunda-feira, 26 de julho de 2010

Aos professores, que estão de férias

Deixo aqui algumas dicas de leitura para nossas férias. Uma delas, O livro dos abraços, do uruguaio Eduardo Galeano. No livro, entre outros pequenos grandes textos, podemos ler este:

A função da arte/2

O pastor Miguel Brun me contou que há alguns anos esteve com os índios do Chaco paraguaio. Ele formava parte de uma missão evangelizadora. Os missionários visitaram um cacique que tinha fama de ser muito sábio. O cacique, um gordo quieto e calado, escutou sem pestanejar a propaganda religiosa que leram para ele na língua dos índios. Quando a leitura terminou, os missionários ficaram esperando.

O cacique levou um tempo. Depois, opinou:
- Você coça. E coça bastante, e coça muito bem.
E sentenciou:
- Mas onde você coça não coça.

Outro livro poderia ser Fábulas, de Esopo. Aliás, fiz um trabalho que deu muito certo com várias turmas, ano passado. Retirei de umas dez fábulas só a moral. Com ela, os alunos teriam de construir textos. A gurizada surpreendeu. Uma do Esopo:

O assassino

Um assassino era perseguido pelos pais de sua vítima. Quando chegou à beira do Nilo, um lobo lhe apareceu. Tomado de medo, subiu numa árvore para se esconder. Ao ver que um dragão ia atacá-lo, pulou dentro do rio, onde um crocodilo o devorou.
Não há abrigo seguro para quem os deuses perseguem.

No que me diz respeito, vou começar a ler o clássico Moby Dick, de Herman Melville, vontade que me passou um amigo, quando o vi com o livro na mão.

por Rodriguez

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Manifesto Pangaré!

Um espectro ronda a cultura: the Pangarés.
Disputaremos todas as corridas: apenas para perdê-las.
Faremos frente a qualquer um: apenas para, em seguida, dar-lhe as costas.
Falaremos mal de muitos, principalmente de nós mesmos.
Temos todos os motivos para calar-nos: NÃO.
Feios, sujos e malvados, iremos além.
O Caos é pouco para nós.
Queremos o próprio DEUS.
Somos Gog e Magog ao mesmo tempo.
Somos quatro cavaleiros: raiva, sensibilidade, lentidão e ponderação.
Não esperaremos o apocalipse, já ficou pra trás.
Nunca nos venderemos: estamos fora do jogo, não valemos nada.
Estamos preparados para perder no primeiro round.
Assim como nós, nosso adversário é medíocre, mas a luta é bom combate.
E deve ser travada.
Nossos mandamentos são:

- Nada para nós. Tudo para todos.
- Somos melhores do que isto.
- Resistimos a tudo, menos à tentação.

Pangarés, nada temos a perder, a não ser a alma.
Pangarés de todo o mundo, uni-vos!